Aqui me tens,
Gaius Calpurnius Rufinus,
Nas Fragas de Panóias.
Venho em sacrifício
À divindade principal
Dos deuses do Inferno,
O Altíssimo Serápis.
Grande Gaius,
Alivio-me do corpo terreno
Alcançando o espírito
Em êxtase!
Bebei o meu sangue,
Comungai de mim
Purificai-vos através
Das minhas entranhas incineradas.
Deixo este mundo
Pela tua mão, pela tua espada,
Gaius,
Que me tomas a jugular
Com doçura.
Caio em teus braços,
Gaius.
O meu último desejo carnal
É o teu beijo
À beira da talha.
E logo morro.
Nasço agora nas Fragas de Panóias.
Permaneço.
Ana Marques
Sem comentários:
Enviar um comentário