sexta-feira, 30 de maio de 2008

património edificado - Montalegre

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Pinhão Cel


Breve História
Pinhão Cel, aldeia situada em Tras-os-Montes distrito de Vila Real, concelho de Sabrosa, freguesia Torre do Pinhão. Esta aldeia fica situada entre duas serras no Norte de Portugal. Tem uma beleza inigualavel. Em termos históricos é uma aldeia que remota ao ano de 1262.

Foral de Pinhão Cel
Concedida por Dom Afonso III,em 6 de Agosto de 1224. Em nome de Cristo, saibam todos os que virem a presente carta que eu, Afonso, por Graça de Deus, Rei de Portugal, conde de Bolonha, juntamente com a minha esposa, Rainha Dona Beatriz, filha do Ilustre Rei de Castela e Leão, dou e concedo a vós, João Egeae, Martinho Egee, Martinho Domingues e Martinho Gonçalves, o meu regalengo de Panóias para ser povoado, o qual é vulgarmente chamado de Pinhão Cel. Evidentemente, na condição de que cada um de vós me dê e aos meus sucessores, em cada ano, de cada um dos casais, seis quartários de pão, por medida de Constantim, meio de centeio e meio de tremesino, e deveis dar-me este pão no dia de S. Miguel, em Setembro, pela tacigam de Constantim. E, todos os povoadores, em conjunto dar-me-ão dois carneiros de um ano, com quatros pães como os fazeis nas vossas casas. E deveis dar-me isto no primeiro dia de Maio. E se matardes um urso, dar-me-eis a mão dele, do porco montês e do cervo dar-me-eis o lombo. E, se o mordomo não for receber estas jugadas, no dia de São Miguel, nesse ano, não respondereis por essas jugadas. Dareis para o bodo, cada um, sua teigam de pão mediado e, não pagareis senão por três crimes: o rousso, o homicídio e o esterco na boca; e, por cada um deles, pagareis quarenta morabitinos; e, destes morabitinos, metade são-me devidos a mim e a outra metade pertence-vos a vós; e, estes crimes devem ser provados com o testemunho de homens bons; o furto deve ser compensado nove vezes. Escolhei um mordomo para a vossa vila e esse, que for mordomo, não pague foro no ano em que o for. A fiança nessa vila não seja mais que uma cera. Não vades ao fossado, nem ao apelido, nem com o meu séquito e, não vades comigo, a não ser até ao Douro de uma parte, não vades comigo a não ser até ao Castelo de São Cristovão, e de outra parte, não vades comigo além de Murça. Não pagueis portagem em toda a Terra de Panóias. O mordomo não ouse entrar na vossa vila com a intenção de vos fazer mal e, se aí entrar e, se vos prejudicar e, se vos maltratar, não pagareis coima. Se quiserdes, fareis a defesa na vossa vila e, que ninguém aí se sirva dos montes, a não ser pela vossa vontade; e, se alguém se servir dos montes sem o vosso consentimento, devem pagar-vos cinco morabitinos. Dar-me-eis este foro e não mais. Dou-vos e concedo-vos o meu regalengo, com todos os seus termos, novos e velhos, que dividem pela encosta de Pinhão Cel, sobem até à Foz do Sabugueiro, pelo ribeiro, ascendem até ao Neiva e dividem com São Tiago, vão ao Poisadoiro e, daí à Corvaceira Menor e à Corvaceira Maior, daí ao Boi Morto e, daí para as águas vertentes, passa pelo cimo da Cobreira e, daí vai aos Agudelos, daí divide com Jales e vem até à foz de Pinhão Cel, onde começamos. Vós e toda a vossa descendência tereis para sempre este meu regalengo de Pinhão Cel. E, para testemunho do facto, dou aos referidos povoadores de Pinhão Cel esta minha carta aberta e corroborada com o meu selo de garantia. Dada em Lamego, por ordem do Rei, no dia 6 de Agosto de 1262 (1224 da era actual). Confirmaram: Dom João Afonso, tenente do Minho Litoral; Dom Egídio Martinho, mordomo da Cúria; Dom Menendus Garciae, tenente de Panóias; Dom Gonçalvo Garciae, tenente de Numão; Dom Fernando Lupi, tenente de Bragança; Dom Afonso Lupi, tenente de Sousa; Dom Dídico Lupi, tenente de Lamego; Dom Pedro Poncii, tenente de Seia; Dom João, arcebispo de Braga; Dom Juliano, bispo do Porto; Dom Egas, bispo de Lamego; Dom Rodrigo, bispo egitaniense ; Dom Arias, bispo de Lisboa; Dom Martinho, bispo de Évora; Dom Mateus eleito por Viseu. Foram testemunhas: Dom Estêvão João, chancelário da Cúria; Dom Martinho Peres, clérigo e Pelágio Plasgii, juiz superior. Domingos Vicente escreveu.

Pinhão-cel terra de encanto e beleza , és um jardim florido e farol da natureza .
Tem como pai os Palagões e como mães Cobreira e Canas porque estas foram quem lhe deram as aguas cristalinas de outros tempos para a reprodução e fixação dos seus habitantes e Palagões protegia dos ventos frios e tempestades de Inverno ficando os seus rebentos mais agasalhados da parte nascente tudo amplo para podermos receber a energia do sol pela manhã . Existem vários regatos que encaminham a água para os terrenos de cultivo serra abaixo parecendo ondulá-la como que viesse bailando à musica por ela composta no contacto com os rochedos e arvores vizinhas . Tudo isto é transmitido aos habitantes , sentimos uma alegria enorme quando nos deslocamos para um passeio pela montanha e cada vez mais nos sentimos mais filhos desta cativante aldeia .

Ponte Romana(Ponte do Arco)
Esta ponte remota a Idade média e era utilizada pelas populações como caminho de Vreia de Jales até Pinhão Cel. Fica situada sobre o rio Pinhão, é assente em arco unico de volta perfeita em cantaria com pegões cegos. Vale a pena visita-la.


Rio Pinhão
Pinhao Cel é uma das aldeias mais altas do concelho de sabrosa situada exactamente na montanha onde onde nasce o rio pinhão e atravessa todo o concelho ate ao Douro, e a razão porque existe Torre do pinhão é precisamente "torre" é igual a alto cimo. Perto da nascente do rio Pinhão nasce outro rio que é o «pinhaozinho» ou «Pinhaocel» Tal como ilustra as imagens o rio Pinhão que desagua no Douro nasce na nossa aldeia. Ora aí esta mais um bom motivo para visitar Pinhão cel...
Fonte: Planeta Clix




Central de Biel


Inaufurada em 23 de Maio de 2008

A exposição documental "A Central do Biel: Um enquadramento para a musealização da primeira central hidroeléctrica portuguesa", organizada pelo Museu do Douro, é inaugurada sexta-feira, no Teatro Municipal de Vila Real.
Será lançado na altura o livro "A Central do Biel", da autoria de Vítor Nogueira.
A Central do Biel, a primeira central hidroeléctrica de serviço público do país, que entrou em funcionamento em 1824, poderá ser transformada num dos 11 núcleos museológicos do Museu do Douro, com sede no Peso da Régua.

Sob proposta de Leopoldo Augusto das Neves, a Câmara de Vila Real aprovou em 1890 o projecto de iluminação pública, que foi concretizado pelo alemão Emil Biel e inaugurado a 13 de Julho de 1894.

Em 1926 entrou em funcionamento a Central do Terragido, sendo então desactivada a Central do Biel.

Nos anos seguintes, o industrial José Pires Granjo adquiriu e ampliou o edifício (preservando a maior parte dos antigos maquinismos), montou um elevador e instalou no local uma fábrica de curtumes que viria a funcionar até à década de 1950.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

IL TROVATORE


De
Giuseppe Verdi
Pela
Orquestra do Norte, Coro da Orquestra do Norte e Grupo Amálgama
Direcção musical
José Ferreira Lobo
Encenação
Antonella Rondinone
“Il Trovatore” é uma ópera em quatro actos de Giuseppe Verdi, com libreto em italiano de Salvatore Cammarano, baseado na peça de Antonio García Gutiérrez El Trovador.
Estreou em Roma, no Teatro Apollo, a 19 de Janeiro de 1853. “Il Trovatore” mostra-nos como a vida pode ser uma constante ironia. Azuccena, a cigana, viu a sua mãe ser morta na fogueira por alegadamente ter enfeitiçado o filho mais novo do Conde di Luna.
Para se vingar, rapta o filho do conde e atira-o para as mesmas chamas onde tinha sido queimada a sua própria mãe. No entanto, por engano, ou por destino, é o seu próprio filho quem vai para a fogueira… Depois de muitos anos, Manrico (o filho do conde, criado como o verdadeiro filho de Azuccena) e a sua mãe acabam por encontrar-se com Di Luna, o filho mais velho do conde, que substituiu o seu pai.
Sem saberem que são irmãos, tornam-se inimigos nas convicções políticas e no amor ao se apaixonarem pela mesma mulher, Leonora. A história segue cheia de momentos de grande tensão e o final mostra-nos a quão dolorosa pode ser uma vingança.
Azucena - Ilia Aramayo Sandivari (mezzo-soprano) Manrico - José Manuel Araújo (tenor) Di Luna - Ettore Nova (barítono) Leonor - Mónica Pais/Elvira Ferreira (soprano) Ferrando - Rui Silva (baixo) Inês - Carla Simões (soprano) Ruiz - Samuel Vieira (Tenor) Festival de Ópera Caixa Geral de Depósitos.
ENTRADA GRATUITA
29-Mai Grande Auditório 22:00
Teatro de Vila Real

Museu de curiosidades de Romeu


Abre das 12 horas às 17 horas e por vezes é preciso avisar a pessoa responsável para o abrir, que vive bem perto. Está fechado às segundas e quartas de tarde.Está localizado na aldeia do Romeu (Quinta Jerusalém do Romeu) e é uma colecção particular de antiguidades e de inúmeros objectos curiosos recolhidos pelos membros da família Menéres, entre os quais se encontram carros antigos (um Ford T de 1909), exemplos das primeiras máquinas fotográficas, bicicletas, biciclos, relógios, máquinas de costura, apetrechos de lagares de azeite e de vinho, carros de cavalos, grafonolas e uma das juke-boxes mais antigas do mundo.
É um espaço simples onde ainda se encontram expostos testemunhos da vida rural da localidade e da região.
Foi preponderante a acção e a generosidade da D. Maria Isabel Bacelar para a abertura do Museu de Curiosidades.Falar do museu é falar também do Restaurante Maria Rita, um dos mais conhecidos da região, e da Sociedade Clemente Menéres e sua família.De pedras fez terra: um caso de empreendedorismo e investimento no Nordeste Transmontano (Clemente Meneres)Na segunda metade do século XIX, Clemente Menéres, oriundo da Vila da Feira, negociava em vinhos e cortiças nos mercados do norte da Europa e do Brasil. Anteriormente já tinha vivido algum tempo nessa ex-colónia e viajado pela Europa, Médio Oriente e Norte de África.

Em 1874 visita pela primeira vez Trás-os-Montes á procura de sobreiros que constava por lá haver e que não eram explorados. De pronto compra os que encontra e que se situavam nas terras incultas onde não de dava mais nada.Cria assim a Quinta do Romeu, que depois originou a Sociedade Clemente Meneres, Lda, com sede no extinto Convento de Monchique no Porto (séc. XV/XVI), comprado em hasta pública em 1872.

Apesar de falecer, faz a referida sociedade por quotas com os filhos, com o objectivo de manter indivisas as suas propriedades dado que a transmissão das quotas só podia ser feita aos seus descendentes directos. Sucedeu-lhe seu filho José Meneres que continua o seu trabalho.

Cria a Confraria de Nossa Senhora de Jerusalém do Romeu para zelar por um Santuário do século XVI que seu pai encontrara abandonado e reconstruíra. Funda a Cooperativa Por Bem para abastecer por mercearia quem lá vivia e uma Casa do Povo com consultório médico, farmácia e biblioteca, onde também se fez teatro e passaram filmes, numa Máquina Cinematógrafo de 1912 que trabalhou no Cinema Pathé, no Porto, e no Cinema Afonso Sanches em Vila do Conde.

Depois de José falecer, o seu irmão Manuel dá novo impulso ao Romeu, melhorando as condições de vida dos habitantes de Vale de Couço, Vila Verdinho e Romeu, com a colaboração íntima do Prof. J. Vieira Natividade. Cria uma creche e um jardim de infância e faz o Restaurante Maria Rita e o Museu de Curiosidades.Actualmente a Sociedade Clemente Menéres está a apostar forte na cortiça, no vinho generoso e no azeite biológico, considerado em 1999 como o melhor azeite da Península Ibérica por uma revista alemã.

Vende-se na Dinamarca, na Suiça, na Alemanha e no Japão, entre outros países. O seu vinho é produzido em adega própria, com lagares tradicionais e cubas de fermentação com controlo de temperatura.As suas matas de sobreiros, que se mantém no seu habitat de há milénios, estão integradas na rede Natura 2000, uma reserva ecológica europeia que pretende preservar a biodiversidade.

A produção de cortiça, uma matéria-prima natural e renovável, é uma das principais actividades da Casa Menéres.


Quinta Jerusalém do Romeu

Romeu

5370-620 Mirandela
Telefone: 278 939 133Fax: 78 939 133


terça-feira, 27 de maio de 2008

Castelo de Aguiar


Castelo de Aguiar

Foto: Bela Doce

O Castelo de Pena de Aguiar, também conhecido apenas como Castelo de Aguiar, localiza-se na aldeia de Pontido, freguesia de Telões, Concelho de Vila Pouca de Aguiar, Distrito de Vila Real, em Portugal.

Situado estrategicamente sobre um penedo granítico no flanco Leste da serra de Alvão, liga-se à Reconquista cristã da península Ibérica tendo sido cabeça das terras de Aguiar em tempos medievais. Nesse âmbito, a defesa proporcionada pelo castelo era complementada por algumas atalaias, nomeadamente as de Capeludos, Rebordochão e Portela de Santa Eulália (que à época integrava a circunscrição de Vila Pouca de Aguiar).

Antecedentes: De acordo com a moderna pesquisa arqueológica, a primitiva ocupação humana desta região remonta à pré-história. À época da Invasão romana da Península Ibérica, os conquistadores foram para aqui atraídos pela presença de minérios de ouro, prata e chumbo. Posteriormente foram sucedidos por Visigodos e por Muçulmanos, estes a partir do século VIII.

O castelo medieval

Embora não hajam informações acerca da primitiva fortificação da penedia, habitada pelas águias que lhe deram o nome - Aguiar -, um castelo já existia à época da Reconquista, entre o século X e XI, na passagem da Alta para a Baixa Idade Média.

A Crónica dos Godos refere que Al-Mansur [Benamet] "tomou o Castelo de Aguiar, que está na margem direita do [rio] Souza, na província Portucalense" (1033 da Era Hispânica, correspondente a 995 da Era Cristã).O castelo foi cabeça da Terra de Aguiar, que posteriormente se constituiu no Concelho de Vila Pouca de Aguiar, tendo o seu nome ligado à Independência de Portugal, quando se acredita que o seu "tenens" fosse partidário de D. Afonso Henriques (1112-1185), de acordo com uma referência na hagiografia medieval de Santa Senhorinha de Basto. Por esse motivo a região foi invadida e o Castelo de Aguiar sitiado por uma força leonesa que pretendia sujeitá-lo ao reino de Leão ou, caso contrário, aprisioná-lo e substituí-lo.

Na ocasião, D. Gonçalo Mendes de Sousa, senhor de domínios nas terras de Aguiar e de Panóias, companheiro de armas de D. Afonso Henriques, apressou-se a socorrer as gentes do castelo.Posteriormente, sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), Telões recebeu a sua Carta de Foral (10 de julho de 1255). Nesse período considera-se que a fortificação começou a perder importância, uma vez que a partir de 1258 a população passou a se libertar gradualmente dos encargos de manutenção da daquela defesa.

O castelo sofreu diversas alterações em fins do século XIV.

Na passagem para o século XVI, a vila perdeu a sua importância administrativa, uma vez que se encontra integrada no Foral concedido a Aguiar da Pena, em 1515. Deste período conhecemos o nome de alguns dos alcaides do castelo, como:* Diogo Lopes de Azevedo;* Fernão Martins de Souza (a partir de 17 de julho de 1534);* João de Souza Guedes; e* Jerónimo de Souza Machado (1583-1594).A partir de então cessam as informações relativas ao castelo, que se admite tenha deixado de ser utilizado para fins militares desde essa passagem do século XVI para o XVII.

Do século XX aos nossos dias

O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 26 de fevereiro de 1982.

Recentemente, após passar por uma primeira etapa de trabalhos de beneficiação (iluminação da zona envolvente, construção de sanitários de apoio e de um parque de estacionamento), a cargo do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), ao custo de 175 mil euros, a área envolvente do castelo foi reinaugurada (21 de julho de 2001), visando promover o turismo histórico na região.

Paralelamente, a Câmara Municipal adquiriu e recuperou uma casa em ruínas para a instalação de um Núcleo Interpretativo, onde serão disponibilizadas aos visitantes informações relacionadas com o castelo e a sua história.

Numa segunda fase, teve lugar uma intervenção de consolidação e restauro nas dependências do castelo, compreendendo as paredes que ameaçavam ruir, o gradeamento de zonas mais perigosas no interior da muralha e a construção de passagens de segurança metálicas. Desse modo, a autarquia pretende criar um circuito integrado de turismo compreendendo o castelo, as três minas romanas de Vila Pouca de Aguiar e o santuário rupestre de Panóias, em Vila Real.

Do que resta de seu conjunto, depreende-se tratar-se de um antigo castelo roqueiro, em estilo românico, dominado por duas torres: uma a norte, de planta retangular, ligada por uma cortina semi-circular a outra, a sueste. Nesta segunda torre, com cinco faces irregulares, no muro oeste rasga-se uma porta para a barbacã, cujos muros são adossados a grandes pedregulhos. Uma segunda abertura, no muro norte, comunica com uma praça de armas de reduzidas dimensões, delimitada por ambas as torres.

Fonte:

segunda-feira, 26 de maio de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

Vale de Telhas


Os vestígios romanos são o principal marco histórico da aldeia de Vale de Telhas, no concelho de Mirandela. O lagar, o tribunal, as fontes, os miliários, a ponte e as tradicionais casas brasonadas fazem parte da herança deixada pelos romanos, o povo que deu origem a esta aldeia do Nordeste Transmontano.

Trata-se de uma localidade rica em achados arqueológicos, que têm sido preservados e conservados pela Junta de Freguesia. No “Monte do Cabeço” encontram-se vestígios de uma fortificação castreja, com destaque para um relógio de sol, uma mó, moedas e pesos em pedra e em barro.

Segundo reza a história terá sido aqui que existiu a antiga cidade romana do “Pinetum”.

O fabrico de telha também terá marcado esta localidade em tempos remotos, talvez tenha sido esta actividade que esteve na origem do nome Vale de Telhas.Situada a cerca de 17 quilómetros da sede de concelho, esta aldeia é considerada um dos centros arqueológicos mais importante da região de Trás-os-Montes.

Por isso, uma das prioridades da Junta de Freguesia é conservar e valorizar o património deixado pelo povo romano. “Temos investido na requalificação do património para ver se conseguimos tirar dividendos daquilo que constitui uma das nossas fontes de riqueza”, salienta o presidente da Junta de Freguesia de Vale de Telhas, Carlos Alves.

Segundo o autarca, está prevista a integração da antiga Via Augusta, que liga a aldeia à ponte romana, num roteiro turístico. Trata-se de um projecto que está a ser desenvolvido em conjunto com a Câmara Municipal de Mirandela, que pretende atrair mais turistas à localidade.Habitantes guardam na memória as histórias que vão passando de geração em geração“Há muita gente que se desloca de diversos pontos do País para visitarem o património romano. Por isso, apostamos na requalificação e conservação dos marcos históricos, que têm um grande significado para os habitantes”, realça Carlos Alves.

O pelourinho (datado de 1735), a igreja matriz e as capelas de S. Sebastião (construída no século XVI) e de Nossa Senhora do Barreiro também são pontos de interesse que podem ser visitados pelos turistas.Em termos religiosos, a paróquia foi criada em finais do século XIII. Nessa altura, o rei D. Dinis concedeu-lhe a carta de foral a 22 de Julho de 1289, mas nunca chegou a ser concelho.As histórias dos tempos de antigamente permanecem na memória dos habitantes e vão passando de geração em geração.

“Lembro-me do meu pai contar que quando as pessoas cometiam crimes corriam até ao tribunal de Vale de Telhas para conseguirem o perdão”, recorda Ester Lobão, habitante da aldeia.Os cerca de 370 moradores desta localidade vivem essencialmente dos rendimentos retirados da agricultura, nomeadamente do azeite e do vinho, e da construção civil.Para melhorar a qualidade de vida da população, o autarca salienta, ainda, que está prevista a requalificação da igreja matriz, a beneficiação do largo da fonte romana e a transformação da antiga escola primária num centro de convívio para idosos.


Fonte: Diário de Trás-os-Montes

quinta-feira, 22 de maio de 2008

BRAGANÇA-SAGRES


Vai ser amanhã.

Os motards vão fazer Bragança- Sagres, por itinerários secundários, durante dosi dias.

De Bragança a Sagres, com paragem em Coimbra, o 10.º Portugal de Lés-a-Lés terá dos mais bonitos percursos de sempre. A garantia é da Comissão de Mototurismo da Federação Nacional de Motociclismo, depois de delinear o trajecto para a travessia agendada para os dias 23 a 24 de Maio.

Pousada do Marão


Não me considero competente para discutir os critérios de gestão do grupo Pestana, cujas decisões redundaram no encerramento de algumas Pousadas. É um grupo empresarial responsável, com grande credibilidade, que honra a hotelaria portuguesa, no país e no estrangeiro. Não me choca o fecho de Pousadas como as de Almeida e da Batalha, ambos estabelecimentos sem qualquer traça e especiais características, agregadas à rede por decisões discutíveis. A Pousada da Quinta da Ortiga, entre Santiago de Cacém e Sines, que grupo vai perder em breve, por decisão judicial, é igualmente uma unidade incaracterística. A Pousada do Vale do Gaio, no Torrão, que foi encerrada, sendo embora tradicional, tem também muito pouco a ver com a linha das Pousadas de Portugal. Se fechassem a Pousada de Santa Cristina, em Condeixa, também daí não viria grande mal ao mundo.

Caso muito diferente é, porém, a Pousada do Marão. Nesse caso, estamos perante uma Pousada "clássica", do estilo da de Elvas, do estilo das primeiras que foram criadas. Seguindo estritos critérios economicistas, o grupo Pestana fechou esta Pousada, numa área com muito escassa oferta hoteleira. Nessa lógica, provavelmente têm razão. A questão está em saber se essa lógica deve prevalecer, acima de tudo. Quem miseravelmente se demitiu das suas responsabilidades, ao efectuar sem salvaguardas, o processo de privatização da Enatur foi o Estado, o qual, por incompetência ou outras razões, não soube ou não quis acautelar interesses patrimoniais relevantes para a memória cultural para a região. E não vi as Câmaras Municipais de Amarante e Vila Real reagirem, como deveriam ter feito. Agora, todos pagamos essa atitude de demissão de uns cavalheiros cujo nome ninguém sabe e que, muito provavelmente, andam para aí a pavonear-se, bem motorizados, como gestores privados. Uma vez mais se prova que a culpa morre muitas vezes solteira no Estado português, graças a quem o não soube servir. E que ninguém paga por isso. No Brasil chamam a isso "privataria".


tanto-mar.blogs.sapo.pt/

LOIVOS


domingo, 18 de maio de 2008

Porca de Murça (vinho)




PORCA DE MURÇA, ORA, POIS, POIS... Os vinhos portugueses são assim mesmo, têm cada nome estranho... Nem sempre é fácil entender o significado deles, como também das variedades de uvas cultivadas. E este, então, nos intrigou tanto que decidimos pesquisar sua origem, antes mesmo de degusta-lo. Aí vai um pouco do que descobrimos. Murça é uma povoação situada a centro-leste do Distrito de Vila Real e da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, cuja sede é a Vila de Murça.


Segundo a lenda, no século VIII, o povoado de Murça era assolado por um grande número de javalis e ursos. O terror da região era uma enorme e feroz porca, ou ursa. Diante de tal ameaça, foram organizadas caçadas a cavalo, tendo o Senhor de Murça, um ilustre cavaleiro da região, abatido o tão indesejado animal. Para imortalizar essa façanha, foi construído, em pleno centro da vila, um monumento monolítico, a famosa "Porca de Murça". Esse mumento passou a ser presença obrigatória na publicidade da região, nomeadamente no vinho, no azeite e em outros produtos típicos. E o Porca de Murça é uma tradicional marca de vinhos, produzidos pela Real Companhia Velha, em Vila Nova de Gaia, no Alto Douro. Essa é uma das mais conhecidas vinícolas de Portugal, prestes a completar 246 anos de fundação, que por mais de um século se dedicou à produção exclusiva de vinho do Porto.


Os vinhos Porca de Murça são detentores de vários prêmios: o tinto Reserva 97 recebeu medalha de ouro no Challenge International du Vin 99; o branco Reserva 98 foi classificado como "Melhor Vinho do Douro 99" e "Melhor Vinho Nacional 99". São feitos a respeitar. O vinho que degustamos não era um Reserva, mas um tinto de mesa seco fino, D.O.C., safra 2000, com 11,5% de graduação alcoólica e produzido com uvas das castas Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Da análise visual anotamos sua cor rubi intensa, brilhante e com reflexos violáceos. Ao degustar, não se mostrou muito encorpado, mas sentimos seus agradáveis aromas frutados. Poderíamos afirmar, então, tratar-se de um honesto vinho de mesa, daqueles que podem ser bebidos com boa aceitação. E que agora sabemos possuir um passado curioso.

Vinhos- Prazer em degustar

Murça


Porca de Murça


A Porca de Murça é uma escultura de granito feita numa só pedra com 1,70 m de comprimento, 58 cm de largura e cerca de 1 m de altura. A representação realista dos testículos não permite dúvidas acerca do carácter masculino do animal, mau grado a designação de "porca" que, erradamente, manteve até hoje.

No dorso, à semelhança doutros exemplares deste tipo, ostenta quatro covinhas de pequenas dimensões e pouco profundas. O desconhecimento do contexto de achado dificulta a sua integração cultural.

É possível, contudo, que esta escultura tenha sido encontrada no castro do Cadaval, situado no alto da encosta em frente à povoação de Murça. A distribuição geográfica dos "berrões" abrange as actuais províncias espanholas de Cáceres, Salamanca, Ávila, Zamora, Segóvia, Toledo e Burgos, bem como as portuguesas de Trás-os-Montes, Douro Litoral e Beira Alta. A área de maior densidade de achados coincide com o território, citado nas fontes clássicas, dos Vetões.

A significação atribuída a estas esculturas não é consensual. Para alguns autores, baseados no achado de "berrões" com inscrições funerárias romanas, eles representavam divindades com funções de protecção e de fertilidade do gado. Para outros, são marcos de território ou indicam ainda caminhos. A hipótese do seu significado poder ter sido alterado ao longo do tempo é, ainda, um dado importante a considerar, uma vez que foram utilizados durante um extenso período, que se estende desde o século III a. C. até à dominação romana.
In Infopédia

Vila Marim

Vila Marim é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Real, com 23,21 km² de área[1] e 1 690 habitantes (2001[2]), situada na vertente nascente da Serra do Alvão. Das 30 freguesias do concelho, é a 5.ª em área, a 11.ª em população residente e a 19.ª em densidade populacional (72,8 hab/km²).
Inclui no seu território os seguintes lugares: Agarez, Arnal, Galegos da Serra, Muas, Quintela, Ramadas e Vila Marim (sede).
O extremo sudeste da freguesia, confrontando com as freguesias de
Parada de Cunhos e São Dinis, e situado nas proximidades do Hospital de Vila Real (Lordelo), tem-se tornado crescentemente suburbano, inserindo-se no perímetro periurbano da cidade de Vila Real. As aldeias de Arnal e Muas estão integradas no Parque Natural do Alvão.

sábado, 17 de maio de 2008

História dos bois teimosos

Os bois costumam aprender a trabalhar só de um dos lados.


Raramente trabalham das "duas mãos", como se costuma dizer.
Certo dia um rapaz novo, sem muito jeito para trabalhar com os bois, colocou-os ao contrário do que eles estavam habituados. Assim, eles não deram nem um passo.
Ao fim de muito tempo, ele já tinha tentado tudo para que os bois andassem. Até esfregou a fralda da camisa na testa dos bois, para fazer desaparecer tal bruxedo. Então o rapaz, de tão desanimado, descobriu que os bois estavam ao contrário.
Desamarrou-os e colocou-os do lado a que eles estavam habituados e eles andaram que foi um
a beleza.
Assim o rapaz aprendeu que todas as coisas têm o seu lugar e o material tem sempre razão.
Fonte: Escola Diogo Cão

FERNÃO DE MAGALHÃES



FERNÃO DE MAGALHÃES (1480?-1521)


ALGUMAS NOTAS BIOGRÁFICAS.


Nasceu em Sabrosa, Trás-os-Montes.

O feito.

Está entre as maiores figuras de navegadores no período dos descobrimentos.
Concebeu, preparou e realizou, em parte, a mais extraordinária das viagens então efectuadas: a primeira circum-navegação do globo terrestre. A sua armada saiu de Sevilha, atravessou o Atlântico rumo a Ocidente, ligou este com o Pacífico, sempre para Ocidente percorreu todo o Índico, ligou-o ao Atlântico e, por fim, aportou novamente em Sevilha.
A sua viagem provou, irrefutavelmente, a esfericidade da Terra e que, na repartição dos Continentes, as águas ocupam maior espaço do que a terra firme.

O Combatente.

Nasceu em Sabrosa por volta de 1480, era fidalgo de segundo plano, filho de Pedro de Magalhães. Foi para Lisboa aos 12 anos, onde foi pajem da rainha D. Leonor, esposa de D. João II. Aos 25 anos estava na armada de D. Francisco de Almeida, na Índia. Esteve em Quiloa e Sofala com este vice-rei. Em 1509 foi para Malaca e Sumatra. Naquela cidade salvou a vida ao seu amigo Francisco Serrão. Em 1511 ajudou D. Afonso de Albuquerque na conquista de Malaca. Por esta altura tentou chegar às Ilhas Molucas, mas um naufrágio impediu-o. Melhor sorte teve o seu amigo Serrão que ali desembarcou. Trocou correspondência com ele e ficou a saber que naquelas ilhas as especiarias eram mais abundantes e mais baratas.
Em 1513 regressa ao reino e foi para África, para ajudar na conquista de Azamor.
Desencontro com D. Manuel I de Portugal.


Em 1514 regressa a Lisboa e pede a D. Manuel I um aumento na sua moradia, devido
aos serviços relevantes prestados à Pátria. O rei nega-lho, devido a intrigas de inimigos.
Na audiência que lhe concede, o monarca, no fim, não lhe deu a mão a beijar. Este gesto era a desobrigação de obediência e sinal de que poderia ir servir outro senhor. Foi para a cidade do Porto, em Março de 1516 e associou-se a Rui Faleiro, bacharel em artes.

O acordo com Carlos V de Castela.

Em 20 de Julho de 1517 chegou a Sevilha. Em Dezembro, ele e Faleiro vão ao encontro de Carlos V. Informou o monarca Castelhano que de acordo com as suas observações e conteúdos das cartas do seu amigo Francisco Serrão vindas das Molucas,
estas eram ricas em especiarias e estavam dentro do hemisfério Castelhano, tendo em conta o Tratado de Tordesilhas. Em 22 de Março de 1518 é feito, por escrito, o acordo e contrato da viagem, que se propunha realizar, em 74 artigos.
O rei português quando soube, tudo fez, incluindo chantagem e até autorização deu para o seu assassinato. Carlos V presenteou-o e ao amigo Faleiro, com a comenda de Santiago. Deu-lhes ainda o título de governadores de todas as terras que descobrissem e a vintena dos lucros futuros. Mandou armar 5 navios e os portugueses foram nomeados capitães da armada, com poderes ilimitados e o soldo anual de 96.000 maravedis.

A saída para a circum-navegação.

No cais, Fernão de Magalhães deixou um filho de 6 meses e a esposa grávida.
No dia 20 de Setembro de 1519 a armada partiu de Sevilha em direcção às Canárias. Passou por Cabo Verde e chegou ao Brasil em 13 de Dezembro desse ano.
A 10 de Janeiro de 1520 estava no rio da Prata. No mês de Março, após tremendas
tempestades, como os companheiros quisessem desistir, Magalhães fez-lhes um rude discurso com ameaças para os revoltosos.

O estreito de Magalhães.

A 2 de Abril nova revolta. Nesta, exercendo os direitos concedidos pelo rei Castelhano,
prendeu e matou o capitão do navio “Santo António”. Em Agosto perderam um dos 5 navios. Após várias desgraças, desorientações e desânimos, a armada no dia 28 de Novembro de 1520 saiu de um labirinto de canais e terminava o estreito de cem léguas a que a História deu o nome do seu descobridor.


O encontro com a morte.

Entraram agora no grande Oceano. O mar era grosso mas calmo e o português deu-lhe o nome de “Pacífico”. Magalhães sabia a latitude das Molucas. Tinha que subir. A fome era muita e já se comia o couro dos mastros. O escorbuto atacava a tripulação.
A 6 de Março de 1521 chegaram às Ilhas Marianas e ainda nesse mês às Filipinas. A 7 de Abril chegaram à Ilha de Mactan. O soberano, Humabon, acolheu bem a armada e até fez um pacto de sangue com Magalhães. Prometeu fazer aí uma feitoria.
O caminho para a Índia, procurado por Colombo, por Ocidente, estava descoberto por Magalhães. As Molucas estavam perto, era só uma questão de mais algum tempo.
O rei da Ilha de Mactan, quando nada o fizesse prever, negou-se a pagar um tributo e Magalhães viu nessa atitude um desprestígio para a sua autoridade. Resolveu ir até terra a fim de o castigar, tendo os seus companheiros ficado nas pequenas chalupas.
Em 27 de Abril de 1521 morria Fernão de Magalhães às mãos de uma multidão de indígenas. Os companheiros nada puderam fazer, não havia um que não estivesse ferido ou doente. Perante a impotência em socorrer o capitão, voltaram para as naus.

As Molucas. Regresso a Sevilha.

Não pôde regressar a Espanha pelo Cabo da Boa Esperança, a expedição continuou até às Molucas. Só uma nau,“Victória”, comandada por Sebastião del Cano, conseguiu voltar a Sevilha. O valor da sua carga excedeu, em muito, o custo de toda a armada.
Não houve vida mais terrível que a de Magalhães: combates, navegações longínquas, fugas, processos, naufrágios, assassínio frustrado, a morte às mãos dos bárbaros.
Deu a volta ao mundo, o que ninguém antes dele havia tentado.

Duas provas da naturalidade de Fernão de Magalhães:

1 - Existe um testamento feito pelo próprio, em Belém, num tabelião, a 17 de Dezembro
de 1504, antes da ida para a Índia com o vice-rei D. Francisco de Almeida. Nele diz que os seus únicos herdeiros eram a sua irmã, o marido e o filho destes, Luís Silva Telles.
Declara os bens: um vínculo, na casa da Pereira, de Sabrosa, comarca de Vila Real, e a sua quinta do Souto, junto desta vila e sobranceira ao Vale da Porca, com o encargo de 20 missas anuais, na igreja matriz de Sabrosa.
2 – Outro documento é um testamento feito por Francisco Silva Telles, filho de Luís Silva Telles, que declara estar com receio da ira do rei de Portugal, contra a sua família ( o monarca mandou picar o brasão da casa de Magalhães) e diz não querer que os seus descendentes, herdeiros da Casa da Pereira em Sabrosa, voltem a pôr armas ou outro brasão. Que fiquem para sempre rasas, as ditas armas, como estavam no momento, devido ao delito do seu tio, Fernão de Magalhães, se ter passado para Castela e desco-
berto novas terras , onde morreu. Diz ainda que as armas foram picadas no tempo da sua avó, D. Teresa de Magalhães, que por motivo de vergonha se mudou para o Maranhão onde fez o testamento, a 3 de Abril de 1580.


Sabe-se que quando os descendentes deste Francisco Silva Telles regressaram do Brasil foram viver para Fafe, não querendo habitar a casa da Pereira em Sabrosa. A vergonha de pertencer a uma família ingrata para o rei fê-los optar por ir viver para o Minho. Algum tempo depois a Casa da Pereira saiu do ramo familiar, por venda.
Esteve esta casa muito tempo desabitada o que provocou a sua ruína.
Na época da sua reconstrução a pedra com as armas picadas foi apeada. Servem hoje de cunhal num ângulo da casa, junto a uma varanda.

Prof. Martinho Matos


Bibliografia:

Freitas, Manuel Alcino Martins- Fernão de Magalhães, Min. Transmontana. Vila Real, 1980
Dicionário de História de Portugal - dirigido por Joel Serrão, vol. IV, Liv
raria Figueirinhas, Porto, 1984




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Ex-Líbris de homenagem ao grande navegador Fernão de Magalhães (c. 1480-1521), desenhado, em 1985, pelo Prof. Béla Albert Petry (1902-1996), artista de origem Húngara, radicado nos E.U.A., para Dom Telmo de Bragança (1925-1985):


sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sopa de alheiras



"Uma alheira com a pele fendida; tostada do calor da fritura, a derreter aquele unto doirado e rescendente a alho - quem haverá aí, senhores, que não se tente?"

Manuel Mendes


Sopa de Alheiras
MIRANDELA
Ingredientes:Para 6 a 8 pessoas
1 Kg de pão de trigo caseiro ;
1 kg de galinha ;
500 g de entrecosto (costelas) ;
250 g de ossos da suã (espinhaço de porco) ;
250 g de salpicão ;
250 g de presunto ;
sal ;
1 malagueta picante. Pode ainda levar pato, perdiz ou peru
Confecção:Põem-se as carnes e os ossos a cozer em água abundante, temperada com sal. As carnes devem cozer sem se desfazerem.Retira-se um pouco do caldo de cozer as carnes e leva-se este caldo ao lume a cozer com a malagueta. Depois de ferver um pouco, retira-se a malagueta e junta-se esta ás carnes, com as quais deve ferver também um pouco.Corta-se o pão em fatias finas para uma terrina e rega-se com o caldo em que a malagueta cozer previamente coado. O pão deve ficar húmido (o caldo não deve escorrer).Desossam-se as carnes, à excepção do entrecosto, e espalham-se sobre as sopas de pão. Corta-se o entrecosto, separando-o pelos ossos, o salpicão em rodelas e o presunto em fatias.

Dispõem-se as carnes sobre as sopas e servem-se bem quentes.

Cristas de galo (2)


Outras denominações:

Pastéis de Vila Real. Pastéis de Toucinho. Viuvinhas.

Particularidade: A sua forma, a lembrar a crista dos galos, e o facto de entrar toucinho na sua preparação.

Pastel em forma de meia-lua, com o bordo arredondado, cortado de modo a fazer lembrar a crista do galo, recheados com doce à base de ovos. A cobertura externa é feita com uma massa à base de farinha, banha, ovo e sal.

O recheio é feito com açúcar, amêndoa, ovos, toucinho, maçã ácida, canela e açúcar para polvilhar.

História: O Convento de Santa Clara em Vila Real foi erigido em 1602. como refere Carlos Cipriano, o segredo dos doces “inventados” pelas freiras não se perdeu através dos tempos graças a uma tia da avó de Artur Cramez, que lá trabalhava e que transmitiu a receita aos seus sucessores.

Uso: São muito apreciados para as pequenas refeições ou, após as refeições principais, como acompanhamento do café.

Saber Fazer: Amassa-se a farinha com a banha, o ovo e o sal. Faz-se uma calda de açúcar com o toucinho. Côa-se e junta-se a amêndoa, os ovos e a canela. Recheia-se a massa, anteriormente preparada, com o recheio de ovos, recortam-se e levam-se os pastéis, assim formados, a cozer no forno. Ao sair do forno, polvilham-se os pastéis com açúcar.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

TRILHO DE JALES


Clique para ampliar

Escavações em Tresminas


Inscrições para escavações em Tresminas
Estão abertas as inscrições até 30 de Maio para participar na campanha de escavação no Complexo Mineiro Romano de Trêsminas (Povoado, Necrópole e Anfiteatro) que se realiza em Julho e Agosto de 2008.
Locais de Inscrição: Biblioteca e Museu (Vila Pouca de Aguiar).
Prioridade nas inscrições:
- ser residente no Concelho de Vila Pouca de Aguiar;
- ser Estudante. Número Limite de inscrições.

2 poemas (Minas de Jales)






Mina de Jales


Mina de Jales

Na localidade de Campo de Jales, concelho de Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real, existiram umas minas de ouro, conhecidas por “Minas de Jales”.
A exploração destas minas, levada a cabo pelos romanos, iniciou-se em 1933.
Delas extraíu-se, essencialmente, ouro e prata, ocorrendo associado a filões de quartzo com sulfuretos tais como pirite, calcopirite, blenda e galena. A presença de outros minérios como estanho e volfrâmio foi registada na periferia do filão aurífero
Estas minas encontram-se desactivadas desde 1992.
Desde então, permaneceram as escombreiras a céu aberto, que prejudicaram seriamente a população e os terrenos, uma vez que continham materiais, nomeadamente, sulfuretos de Pb, Zn, Ag e Cu, altamente nocivos à saúde pública
Esta problemática ficou devidamente resolvida em 2002, quando se concluiu o Projecto de Recuperação Ambiental da Escombreira da Mina de Jales.


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Das minas de Jales, junto a Quintã de Jales, Vila Pouca de Aguiar, eram extraídos essencialmente o ouro e a prata. Foram exploradas desde o tempo dos Romanos tendo sido desactivadas em 1992. A descida da cotação do ouro, a baixa produtividade e a degradação de equipamentos levaram a esse desfecho. A entrada para a mina era feita por este cavalete que manobrava dois elevadores no Poço de Santa Bárbara com 620 metros de profundidade. Esta estrutura (conhecida localmente como a Torre Eiffel de Jales) e a enorme (e altamente poluente) escombreira vizinha onde foram lançados os estéreis da mina (calcula-se que cerca de 5 milhões de toneladas) são tudo o que resta de uma das mais importantes estruturas mineiras de Portugal. Calcula-se que o filão ainda existente seja de grande importância tendo existido algumas manifestações de interesse na retoma da exploração por parte de empresas estrangeiras.

Casa abandonada










Casa Histórica comprada pelo parque Montesinho e que se encontra abandonada.
Parece ser muito interessante.
Património ameaçado!

Liberdade

Liberdade
– Liberdade,
que estais no céu…
Rezava o padre nosso que sabia
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
– Liberdade, que estais na terra…
E a minha voz cresciaDe emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
– Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga

terça-feira, 13 de maio de 2008

Casa de Eiriz



A Casa de Eiriz é um solar rural do século XVII, situada no distrito de Vila Real.
A Quinta tem cerca de 20 hectares, uma grande parte dos quais florestados, proporcionando por isso um ambiente propício ao repouso. A apenas 3 km, encontra-se a estância termal das Pedras Salgadas.
A Casa foi recentemente restaurada, mantendo dentro do possível a traça original. Actualmente, encontra-se aberta para turismo de habitação e pode ser também alugada para festas e reuniões.

Mar de Pedras


Este blog tem nome e apresenta-se com palavras de Miguel Torga, pois entendi que este escritor conseguiu unir as palavras como ninguém, para escrever e retratar Trás-os-Montes e as suas gentes. Chegou a hora de tornar visíveis os objectivos deste espaço:
- Uma arrecadação com alguns caixotes de informação acumulada durante anos, e que continuariam fechados e sem utilidade.
- Algumas raízes pessoais.
- A vontade de querer entender a essência deste mar de pedras.
- Continuar a armazenar informação sobre esta região e centralizá-la num espaço de fácil acesso.
- Facilitar a tarefa de investigação realizada nas escolas.
- Valorizar e divulgar a nossa cultura.

comentário 5 estrelas

Não é trasmontano quem quer, apenas quem nasce do titânico combate entre o granito dos montes e o galego dos ventos.

Pitões

"Quando se fala de Trás-os-Montes ou é pelas misérias, ou pelos analfabetos ou então pelas ruas com burros a cair de podres. Mas há tanta coisa bonita para mostrar...". O desabafo é de Maria Júlia Pereira, habitante de Vassal, Valpaços. Só quem visita a região pode regalar a vista com paisagens de cortar a respiração e património antiquíssimo, saborear gastronomia única e conhecer as suas gentes. Homens e mulheres de "antes quebrar que torcer", que trazem espelhada no rosto - queimado no Inverno pelo frio e no Verão pelo sol - uma vida de trabalho árduo.Os habitantes do Barroso são assim. Vivem uma realidade que aos poucos parece dar ares de outra graça devido ao turismo. Que o diga José Gonçalves, proprietário da Casa da Fecha, na aldeia de Cambezes do Rio, Montalegre. Tipicamente barrosã, coberta por colmo (palha de centeio), algum com mais de 40 anos, a casa é a residência de vacas, porcos, galinhas e também de Maria Conceição Lourenço, de 67 anos de idade, que lembra: "Vêm aqui muitos estrangeiros. Há dias, estiveram cá uns a filmar. Quem é que os entendia?".Filmaram a Casa da Fecha, a aldeia e quem nela habita. E talvez aquele senhor que nos impediu de o fotografar com as suas vacas, por estar descontente com a actuação do Governo na sua terra. Por isso, diz, "lá, em Lisboa, não têm nada que nos ver". Não fosse a melhor disposição da senhora que o acompanhava e lá se ia o retrato. "Tire lá a fotografia, mas depois quero uma para mim!" avisou.E é gente como esta que nunca vai ao talho, por ter a casa farta de presuntos e fumeiro, prontos a servir quando a cara do visitante lhe agrada. Fumeiro que também vendem. Pessoas que, na Primavera, largam o gado no monte e o recolhem no início do Inverno rigoroso. Porque é lá que hão-de sustentar-se à base do que a natureza dá, para gáudio dos que comerão a sua carne, sobretudo nos restaurantes da região que encimam os seus menus com a vitela barrosã. Não admira que António Fernandes, habitante de Pitões das Júnias, diga à boca cheia que "não há, no mundo, vitela tão boa como a do Barroso". E essa vitela pode ser comida não só nalguns dos restaurantes da região, e os há de fama em Montalegre, como a "Casa do Preto". Ali, recomenda-se, entre outros pratos, o cozido à portuguesa barrosão (sem frango). Ali, um casal pode dormir por apenas 25 euros diários, sem direito a pequeno almoço.A dois passos de Espanha e com as montahas do Gerês ao lado, dando moldura granítica a uma paisagem monumental, é sempre a não perder a caminhada em direcção à cascata do rio Campesinho e ao Mosteiro de Santa Maria das Júnias, que, apesar de votado ao abandono, é digno de se ver.Depois, se o regresso não for de descanso para o olhar, deve-se desfrutar as belezas das serras da Cabreira e do Gerês, pousando a vista nos lençóis de água das albufeiras do Alto Cávado e Alto Rabagão.Na zona de Boticas, impõe-se uma visita ao Castro do Lezenho, onde, no século XVIII, foram encontradas quatro estátuas de guerreiros Calaicos, um dos ex-libris do concelho. Também vale a pena perguntar se, embora já sejam poucos os agricultores a produzi-lo, ainda alguém lhe dá a provar o "vinho dos Mortos", assim chamado por ser engarrafado após um ou dois anos de maturação debaixo de terra.

Souto de Escarão


Souto de Escarão
Relocalizou-se um povoado com uma possível cronologia Pré-histórica. No topo de um proeminente maciço granítico que se desenvolve sobre a pequena aldeia de Souto de Escarão, poder-se-á detectar um conjunto de vestígios estruturais de um recinto fortificado. O local ocupa apenas a parte mais chã de uma plataforma alongada que forma o topo do Monte de Escarão, e revela uma tipologia defensiva pouco comum. Na parte mais baixa do monte uma aparente muralha de configuração sub-circular protege um recinto com um perímetro de pequena dimensão. A estrutura defensiva é feita de pedra granítica assente a seco, pouco elaborada e com uma espessura que não é comum em povoados proto-históricos observados na região. Desta estrutura permanece actualmente um significativo conjunto de derrubes que permitem recriar a planta completa do seu traçado. À superfície do solo detectaram-se alguns fragmentos de cerâmica manual lisa, sem quaisquer marcas de torno. Do mesmo local foram ainda recolhidos alguns moinhos manuais de tipologia pré-histórica. O local possui uma excelente implantação estratégica, dominando um significativo troço do vale do rio Pinhão e da região envolvente, contudo apresenta-se com claras características inóspitas, elevando-se a uma altitude máxima de 1032 m., o que torna o sítio bastante batido pelo vento e pouco protegido.
Arqueólogos:
Isabel Alexandra Resende Justo Lopes/Co-responsávelAntónio Luís Pereira/Co-responsável

MAIO

Em Maio cerejas ao borralho!

sábado, 10 de maio de 2008

Trás-os-Montes

Entre o primeiro quartel do século XIV e a divisão do país em distritos (pela reforma administrativa de 18 de Julho de 1835) existiu a província de Trás-os-Montes, com limites algo variáveis ao longo dos tempos, mas ocupando exclusivamente território na margem direita (norte) do Rio Douro[1] (isto é, aproximadamente os actuais distritos de Vila Real e Bragança).
A província, agora com a designação de Trás-os-Montes e Alto Douro e englobando alguns concelhos na margem esquerda do Douro, foi reinstituída pela reforma administrativa de
1936, em conformidade com a Constituição de 1933 (Estado Novo). No entanto, as províncias nunca tiveram qualquer atribuição prática, e desapareceram do cenário administrativo (ainda que não do vocabulário quotidiano dos portugueses) com a revisão constitucional de 1959[2], não sendo recuperadas pela Constituição de 1976.
A proposta de regionalização sujeita a Referendo em 1998 (tendo sido rejeitada) previa a criação da região de Trás-os-Montes, em tudo igual à província de 1936, com excepção de incluir mais um concelho (
Mêda).

CARABELHO


O "carabelho" Esta fechadura de madeira servia para fechar a adega, o cortelho, o celeiro, etc..

Parque Natural de Montesinho


O Parque Natural de Montesinho situa-se no "limite" Nordeste de Portugal, englobando a área das serras de Montesinho e Coroa, portanto a parte norte dos Concelhos de Bragança e Vinhais.
A região é caracterizada por uma sucessão de formas arredondadas, aqui e ali separadas pelos vales de rios profundamente encaixados. As atitudes extremas são: 438 metros nas águas de Sandim, no leito do rio Mente, e 1481 metros na Malhada da Cova, na serra de Montesinho.
Os rios mais importantes são, na parte ocidental, o Mente e o Rabaçal, na central, o Tuela e o Baceiro, e, na oriental, o Sabor e o Maçãs.
A Serra do Montesinho dá ao nome ao Parque que encerra uma paisagem grandiosa, serena e, muitíssimo bela.
Os terrenos são dominantemente xistentos, tendo no entanto expressão afloramentos de rochas básicas, alguns afloramentos de calcários, nomeadamente em Cova de Lua e Dine, e manchas graníticas na parte superior da serra de Montesinho e nos Pinheiros.
Para apreciar superfície tão rica e bela, convém dispor de uma viatura e de alguns dias livres.
A rede de estradas que atravessa o Parque é bastante boa, cruzando todo o tipo de paisagens e locais.

http://www.bragancanet.pt/vinhais/vslomba/pnm.html

Mapa de Trás-os-Montes (biblioteca nacional)


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Vimioso


Solar das arcas - Macedo de Cavaleiros

O solar, magnífico exemplar de habitação nobre dos séculos XVII e XVIII, pertence à família Pessanha, descendente do genovês Manuel Pessanha, que veio para Portugal no reinado de D. Dinis, ensinar aos Portugueses a arte de navegar, sendo digno de apontar o seu recheio, o rico altar da sua Capela privativa e jardim com quatro "cazarelhas", único em Portugal.(* com áreas exclusivas à familia, informe-se P.F.)
Cazarelhas_ pequenas casas de xisto que serviam para as crinças brincar.





http://www.solardasarcas.com/

Receita do folar de Valpaços


Receita do folar (Tradicional)


1Kg de farinha;

12 ovos mais 1 gema;

350g de Gorgura (150g de manteiga; 150g de banha; 50g de azeite);

30g de Fermento de padeiro;

1 Frango pequeno corado;

1 Salpicão pequeno;

200g de presunto;

1 Chouriço de carne (linguiça);

Salsa


Peneira-se a farinha com um pouco de sal num alguidar e faz-se uma cova no meio. Desfaz-se o fermento de padeiro em 0,5 dl de água tépida, deita-se na cova da farinha e vai-se envolvendo nela.
Colocam-se os ovos inteiros com a casca numa tigela e cobrem-se com água morna. Alguns minutos depois, abrem-se para dentro da farinha (sempre ao centro) e vai-se fazendo absorver a farinha trabalhando-a a partir do centro. Derreta as gorduras em lume brando. Junta-se à massa e trabalha-se tudo adicionando água necessária até obter uma massa fina. A seguir, bate-se a massa com as mãos até esta se desprender completamente do alguidar.
A massa considera-se bem batida quando aparecem uma bolhas à superfície. Nesta altura polvilha-se a massa com um pouco de farinha, cobre-se com um pano e envolve-se o alguidar com um cobertor. Coloca-se num local tépido e onde possa receber um pouco de calor indirecto. A massa leva 2 horas a levedar. Está levedada quando atingir o dobro e apresentar um aspecto rendado. Tem-se um tabuleiro rectangular, cujos bordos não devem exceder 8 cm de altura, muito bem untado com banha.
Cortam-se o chouriço e o salpicão às rodelas, o presunto às tiras e desossa-se o frango limpando-o de peles e ossos e desfazendo-o em febras. Divide-se a massa em três partes, devendo uma delas ser um pouco maior. Estende-se esta parte maior e forram-se com ela o fundo e os lados do tabuleiro. Espalha-se por cima metade da porção das carnes e salsa e cobre-se com a segunda parte das massa, sobre a qual dispõem as restantes carnes. Finalmente, tapa-se o folar com a terceira parte da massa e unem-se os bordos a esta camada final.
Deixa-se levedar novamente o folar até aparecerem bolhinhas a superfície. Nesta altura, pincela-se com gema de ovo e leva-se a cozer em forno bem quente durante cerca de 45 minutos.