domingo, 15 de junho de 2008

O castanheiro - UTAD



Estão calculados 1.700 postos de trabalho
UTAD propõe 70 milhões de euros para recuperar o castanheiro
"O castanheiro constitui um modelo de negócio com grande interesse para uma boa parte das zonas de montanha do interior Norte de Portugal" – quem o diz é José Gomes-Laranjo, docente e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Nessa perspectiva, está a ser preparado para esta Região um grande projecto de investimento na fileira da castanha, que será submetido a financiamento no âmbito do PRODER.
Com a sigla RefCast, este projecto visa fundamentalmente o reforço do cultivo desta espécie e a valorização da castanha produzida. Assim, propõe-se a plantação de cerca de 11.000 hectares de souto, obedecendo às mais modernas e adequadas técnicas de cultivo, que proporcionarão prazos de recuperação do investimento mais curtos (a partir do 6ºano) e uma maior rentabilidade. Por sua vez, prevê-se que a implementação desta proposta favorecerá alguns milhares de agricultores e implicará uma necessidade acrescida de cerca de 1.700 postos de trabalho.
Este projecto de investimento contempla dois grandes eixos – um mais voltado para a produção de castanha e outro mais direccionado para a sua transformação. Na opinião deste investigador, "faltam na região as refinarias para um petróleo de tão grande qualidade". Efectivamente, além da concentração, limpeza, expurgo e embalamento da castanha para consumo em fresco, faz-se já a congelação de alguns milhares de toneladas de castanha destinadas quer para o mercado interno, quer principalmente para exportação. Todavia, é insignificante o fabrico de produtos a partir da castanha. Ora, é precisamente a componente da transformação que constitui a mais-valia que não devemos desperdiçar e outro grande trunfo para o aumento da rentabilidade do sector.
No seu formato actual, esta proposta engloba, entre outros investimentos, uma unidade de média dimensão, destinada à conservação e transformação de aproximadamente 1.000 toneladas de castanha, bem como a criação de cerca de uma dúzia de unidades familiares apostadas na implementação das nossas receitas tradicionais e na produção de novos produtos à base de castanha, implicando a criação de cerca de 40 postos de trabalho. Se a nossa castanha é uma das mais preferidas pelas empresas espanholas e francesas que se dedicam à transformação deste fruto, então porque não somos nós a fazê-lo? Perspectivamos uma larga margem de adesão e progressão para esta componente, tanto ao nível do mercado interno, onde a castanha a não ser em fresco praticamente não é consumida, como nos mercados mundiais emergentes. Dá-se ainda especial ênfase à dinamização do consumo de castanha nas suas mais variadas vertentes, incluindo a tão rica gastronomia tradicional, aspecto já consagrado na recentemente criada Rota da Castanha em Trás-os-Montes (rotadacastanha.utad.pt).
Com um orçamento global num montante que ultrapassa já os 70 milhões de euros, muito embora não esteja ainda excluída a participação de outros parceiros, este projecto integra diversas entidades públicas e privadas com diferentes domínios de actividade, nomeadamente: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Instituto Politécnico de Bragança, Instituto Nacional dos Recursos Biológicos, AguiarFloresta, Arbórea, Associação Florestal do Lima, Associação Regional dos Agricultores das Terras de Montenegro, Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, Grupo RibaDouro, Sortegel - Produtos Congelados Lda, Marron-Glacé SL, Agromontenegro, Cacovin, Quinta d’Alagoa, Pulido Comunications e Espaço Visual.


Fonte: Douro Press

Sem comentários: