Não me considero competente para discutir os critérios de gestão do grupo Pestana, cujas decisões redundaram no encerramento de algumas Pousadas. É um grupo empresarial responsável, com grande credibilidade, que honra a hotelaria portuguesa, no país e no estrangeiro. Não me choca o fecho de Pousadas como as de Almeida e da Batalha, ambos estabelecimentos sem qualquer traça e especiais características, agregadas à rede por decisões discutíveis. A Pousada da Quinta da Ortiga, entre Santiago de Cacém e Sines, que grupo vai perder em breve, por decisão judicial, é igualmente uma unidade incaracterística. A Pousada do Vale do Gaio, no Torrão, que foi encerrada, sendo embora tradicional, tem também muito pouco a ver com a linha das Pousadas de Portugal. Se fechassem a Pousada de Santa Cristina, em Condeixa, também daí não viria grande mal ao mundo.
Caso muito diferente é, porém, a Pousada do Marão. Nesse caso, estamos perante uma Pousada "clássica", do estilo da de Elvas, do estilo das primeiras que foram criadas. Seguindo estritos critérios economicistas, o grupo Pestana fechou esta Pousada, numa área com muito escassa oferta hoteleira. Nessa lógica, provavelmente têm razão. A questão está em saber se essa lógica deve prevalecer, acima de tudo. Quem miseravelmente se demitiu das suas responsabilidades, ao efectuar sem salvaguardas, o processo de privatização da Enatur foi o Estado, o qual, por incompetência ou outras razões, não soube ou não quis acautelar interesses patrimoniais relevantes para a memória cultural para a região. E não vi as Câmaras Municipais de Amarante e Vila Real reagirem, como deveriam ter feito. Agora, todos pagamos essa atitude de demissão de uns cavalheiros cujo nome ninguém sabe e que, muito provavelmente, andam para aí a pavonear-se, bem motorizados, como gestores privados. Uma vez mais se prova que a culpa morre muitas vezes solteira no Estado português, graças a quem o não soube servir. E que ninguém paga por isso. No Brasil chamam a isso "privataria".
Caso muito diferente é, porém, a Pousada do Marão. Nesse caso, estamos perante uma Pousada "clássica", do estilo da de Elvas, do estilo das primeiras que foram criadas. Seguindo estritos critérios economicistas, o grupo Pestana fechou esta Pousada, numa área com muito escassa oferta hoteleira. Nessa lógica, provavelmente têm razão. A questão está em saber se essa lógica deve prevalecer, acima de tudo. Quem miseravelmente se demitiu das suas responsabilidades, ao efectuar sem salvaguardas, o processo de privatização da Enatur foi o Estado, o qual, por incompetência ou outras razões, não soube ou não quis acautelar interesses patrimoniais relevantes para a memória cultural para a região. E não vi as Câmaras Municipais de Amarante e Vila Real reagirem, como deveriam ter feito. Agora, todos pagamos essa atitude de demissão de uns cavalheiros cujo nome ninguém sabe e que, muito provavelmente, andam para aí a pavonear-se, bem motorizados, como gestores privados. Uma vez mais se prova que a culpa morre muitas vezes solteira no Estado português, graças a quem o não soube servir. E que ninguém paga por isso. No Brasil chamam a isso "privataria".
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